quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quero fugir.

Eu estou insuportável para mim.
Um turbilhão de pensamentos, de insatisfações, de medos, de dúvidas, de coisas mal resolvidas.
Vontade de gritar, sumir pelo mundo.
Queria viajar, pegar a minha mochila colocar o que couber nela e sair por ai, escolher uma cidade qualquer e ir... Apenas ir e ir sozinha para que nada atrapalhe meus devaneios.
Não aguento mais essa cidade que não para, essa vida que não me deixa tempo para respirar e ao mesmo tempo não trás vantagem nenhuma, não aguento mais pessoas que acham que o tempo para, que o mundo para e que o mundo não gira.
Não consigo mais suportar as buzinas, a fumaça, os carros, cada dia eu fico mais infeliz porque tenho de andar por ruas e avenidas.
Eu queria o barulho de uma cachoeira, um café da manhã delicioso, pão quentinho, sol, rede, sombra e algumas frutinhas frescas.
Estou cansada de ônibus, trem, barulho, hot pocket, poucas horas de sono.
E tudo isso pra que? Ainda não tenho boas expectativas e ao falar disso ainda me consideram pessimista. Não, não sou pessimista. A realidade bate à porta todos os dias, basta notar o que nos diz.
Não dá pra viajar, não dá pra sair daqui. Para variar, não tenho dinheiro e ainda tenho de estudar.
Tudo acontecendo de uma vez só. Saio falando grosseiramente com todas as pessoas que estão por perto, algumas ficam bastante chocadas outras já não ligam: “ela é assim mesmo!”

Embora, o “desabafo” esteja mal escrito, feio e sei lá mais o que... é melhor escrever se não eu morro.

“Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.”
Clarice Lispector.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes; minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!" Clarice Lispectorㅤㅤㅤㅤ

Irei me ausentar por tempo indeterminado.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Das mentiras contadas.

A inspiração não chega de forma alguma, porém eu sabia que tudo o que eu precisava ler e escrever aqui já estava escrito em algum lugar.


"Amor... Você já amou? É sublime. Você fica tão vulnerável. O peito se abre e o coração também. Desse jeito qualquer um pode entrar e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, pra que nada possa te causar mal, aí uma pessoa, igualzinha a qualquer outra, mas que pra você é completamente diferente entra em sua vida e você dá a essa pessoa um pedaço seu. E ela quem pediu. Ela enche sua vida de sorrisos e teu coração parece que bate num ritmo mais forte, o sangue parece que corre mais rápido. E a reciprocidade é aquele olhar nos olhos que cala tudo e que ao mesmo tempo diz tudo. É segurar na mão sentados lado a lado como se conseguissem um entender o outro por telepatia. São os beijos que tiram do chão. É a vontade de passar o resto da vida, dividir os sonhos, as contas, o gato, o chocolate, cinema, almoço no Spoletto, edredon. Eu tive bons relacionamentos, poucos, mas valiosos.
Mas tem gente que não sabe cuidar desse pedacinho precioso seu que você divide e te machuca e faz coisas que você não entende o porquê. Eu queria entender isso, juro que queria. Você dá o seu melhor, cuida, escuta, entende, abraça, zela, presenteia, escreve carta, faz surpresa, faz amor... faz tudo... e a pessoa consegue, tem a coragem de se achar mais esperta e mentir pra você e ai você descobre e ela ainda diz: “Foi uma mentirinha de nada, eu te amo” (pausa pro ódio sair do meu coração... pausa longa porque não ta querendo sair rsrs) e você fica pensando: Mentira tem tamanho? P, M, G, GG?? Mentira é mentira, quem conta uma conta duas... quem conta duas então nem se fala. Não se mente pra quem se ama. Óbvio que temos coisas que não contamos nem pro travesseiro, mas mentir deslavado, tentar enganar não dá. E ai você ainda está errada de não aceitar é... faz o que? Compra uma serra pra ir serrando o nariz do Pinocchio e finge que esta tudo certo? Não, desculpa mas não dá. E ai você pensa: E agora eu faço o que com tudo que eu ainda tinha pra te dar? Onde eu guardo o amor que eu te dei todo esse tempo, aquele que você me pediu tantas chances? O que eu faço? E os meus sentimentos?
É triste, dói, você fica amarguinha uns tempos mas vale a pena. Quando você olha pra dentro de você e não vê um coração lisinho, intacto e egoísta. Você vê um coração remendado, com um pedaço de alguém que também te deu, faltando outro que você deu ali, de outra cor que ganhou acolá, colorido com as cores que os amigos pintam, com um rachadinho ou outro dessas lições que você aprende. E ai, muitas vezes com os olhos cheios d’agua, você consegue olhar pra trás e pensar: sim, eu amei. E tenho espaço pra amar ainda mais.
Meu coração é todo colorido, todo remendado mas tem sempre espaço pra quem conquistar pintar mais um pouquinho, deixar sua marca, tem muitos pedacinhos pra dar e muito espaço pra receber.''

Autora: Jéssica Milena, minha incrível melhor amiga.

Monique e Jéssica, amo vocês.
Obrigada por me ouvirem.
Obrigada por cada momento de risada, de choro, de tudo.
Vocês são lindas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Do tormento causado.


Hoje a convivência comigo mesma está insuportável a cada segundo.
Um medo imenso está me rodeando há várias horas e hoje era pra ser um dia muitissímo feliz.
Eu quero que o dia termine logo e quero logo sentir que está tudo cem por cento, mesmo quando não está.
Uma pequena mentira pode fazer um estrago imenso e em momento algum eu estou certa de que passar por cima dessa 'pedra' tenha sido o mais correto.
Talvez eu tenha me sensibilizado, talvez eu não queira ficar sem, talvez não exista algum outro interesse maior para que eu possa ver as coisas por um outro lado.
Eu sou assim, me desprendo facilmente quando há um novo motivo, no mais, eu fico assim.
''Vou tentar manter o coração aberto pra você...''